SÃO JOSÉ: O PRESENTE DA IGREJA AOS OPERÁRIOS

No dia 1° de maio de 1955 o Venerável Papa Pio XII, dirigiu-se aos trabalhadores italianos com as seguintes palavras: “Estais satisfeitos com este nosso presente, operários? Estamos certos de que estais, porque o humilde operário de Nazaré não somente personifica diante de Deus e da Igreja a dignidade de um homem que trabalha com suas mãos, mas é também o guardião providente de vós e vossas famílias.”[1]

O presente, mencionado pelo Papa, é a instituição da memória de São José como patrono dos operários, os quais sofreram por muito tempo sob a forte influência do comunismo. Deste modo, hoje, 1º de maio, no ano em que a Igreja, por meio do Papa Francisco, dedica a São José, celebra-se mais uma vez a sua memória, como patrono dos operários.

Por que celebra-se São José Operário no dia 1º de maio?

           

Era costume em alguns países celebrar o chamado “Dia de maio”, e aproveitando-se dessa data firmada, os comunistas rebatizaram-na como “Dia dos trabalhadores comunistas”. A Igreja não se calou, e valendo-se de seu humilde Operário, batizou religiosamente esta mesma data, dedicando-a a celebração de São José. Desta maneira, o Papa Pio XII, em gesto afetuoso para com a classe operária que lutava pelos seus devidos direitos, confiou-a à intercessão do carpinteiro de Nazaré, aquele que é um exemplo fiel para todos os trabalhadores.

A Igreja perante o comunismo

           

O comunismo não era algo novo, pois já havia tomado forma e se desenvolvia largamente. O Papa Pio IX, em sua encíclica “Qui Pluribus”, condenou em alta voz o comunismo e afirmou com as seguintes palavras: “Para aqui (tende) essa doutrina nefanda do chamado comunismo, sumamente contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos, e da própria sociedade humana.”[2] Alguns anos mais tarde, a exemplo do Papa Pio IX, o também Papa Leão XIII deu continuidade ao combate contra o comunismo, em sua encíclica “Quod Apostolici”.

O considerado presente da Igreja aos operários italianos, e consequentemente aos trabalhadores de todo o mundo, era uma reafirmação da encíclica “Divinis Redemptoris”. Esta memória coloca os operários à poderosa intercessão do grande Operário de Nazaré, aquele que: “Experimentou o peso da pobreza, em si e na Sagrada Família, de que era chefe vigilante e afetuoso; a ele foi confiado o Deus menino, quando Herodes mandou contra ele os seus sicários”[3].

A Sagrada família de Nazaré

O mês de maio é um mês muito especial para a Igreja. Este mês é dedicado à nossa Mãe, Maria Santíssima. Também, como foi dito acima, vivemos no ano corrente, o ano jubilar dedicado ao Pai castíssimo de Jesus, São José, e no espirito mistagógico da liturgia, celebrou-se ainda há pouco a grandiosa Solenidade da Páscoa, na qual Jesus Cristo vencia a morte com sua própria morte para nos conceder a salvação.

Não há dúvidas de que a Sagrada Família de Nazaré está de maneira especial, de ouvidos inclinados, à escuta de nossas súplicas, intercedendo por nossas necessidades e dispensando constantemente suas graças abundantes sobre a Igreja, em especial Igreja doméstica.

Escuta-se algumas vezes jargões ou bordões como estes: “Se a arca da aliança carregava as tábuas da lei dadas no Sinai; o cajado de Aarão, o primeiro sacerdote e o maná caído do céu, em Maria é a própria fonte de toda a lei; é o Sumo Sacerdote por excelência e é o pão vivo descido do céu” ou “Se somos templos vivos do Espírito Santo, Maria é o primeiro sacrário vivo” e acrescento uma última, se

“Maria é o primeiro sacrário vivo, São José é a basílica que protege e guarda estes tesouros da nossa salvação”.

Que o nosso labor cotidiano, a exemplo de São José, suba aos céus como incenso. Que nossa oração seja operada na caridade com o ardor da fidelidade e com a sublime esperança em Deus. Que sua graça nos disponha todas as condições necessárias para chegarmos à vida eterna. Sob a égide de São José Operário lutemos com afinco a fim de sermos justos conosco mesmo, uns para com os outros e sobretudo para com Deus.

São José Operário, rogai por Nós!


[1] PAPA PIO XI Alocução à Associação Cristã dos Trabalhadores Italianos, 1° de maio de 1955.

[2] PAPA PIO IX, Encíclica Qui Pluribus, 9 de novembro de 1846: Acta Pii IX, vol. I, pág. 13. Cf. Sílabo, IV: A.A.S., vol. III, pág. 170). 

[3] PAPA PIO XI, Documentos de Pio XI. São Paulo: Paulus, 2004. p. 600 n. 81.

João Marcos de Godoy, 2º ano do discipulado.

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