“Deus juntou todas as águas e denominou-as mar, reuniu todas as graças e chamou-as Maria.”
Celebramos hoje, com toda a Igreja a Festa da Natividade de Nossa Senhora. Celebrando o nascimento de Maria, olhamos para Cristo que se encarnou assumindo nossa natureza humana, para nos salvar do pecado e da morte através de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Porém, Deus em seu plano de salvação, não destinaria a “qualquer” mulher a graça de gerar o seu Filho. Maria desde toda a eternidade foi predestinada a ser a Mãe de Verbo Encarnado, “foi o próprio Altíssimo quem a constituiu ” (Salmos 86/87,5)
Segundo uma antiga tradição, os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos por serem estéreis, mas confiando na vontade de Deus e com intensa vida de oração e penitência, alcançaram tão grande graça de gerar aquela que seria a Mãe do Salvador. “Oh Joaquim e Ana, casal venturoso! Toda a criação está em dívida para convosco, porque através de vós, ela pôde oferecer ao Criador o dom – entre todos o mais excelso – de uma Mãe venerável, a única digna d’Aquele que a criou. ” (Homilia de São João Damasceno para o nascimento de Nossa Santíssima Senhora, a Mãe de Deus e sempre virgem Maria)
No Ofício da Imaculada Conceição se reza: “Casa dedicada a Deus sempiterno, sempre preservada, Virgem, do pecado. Antes que nascida fostes, Virgem, santa no ventre ditoso de Ana concebida.” e em outra parte, “assim vos livrou da culpa original, de nenhum pecado há em vós sinal.” Nestes versos, pronuncia-se o dogma da Imaculada Conceição, que está ligado de forma excepcional à Natividade de Nossa Senhora. Tal dogma, afirma a completa isenção do pecado original, concedida à Virgem Maria, por um privilégio especial desde o primeiro instante de sua existência, isto é, “da sua particular justificação e santificação desde o primeiro momento da concepção. ”[1]
“A Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original. ” (Cf. PIO IX. Ineffabilis Deus: Bula, 1854.)
Um céu foi formado sobre a terra, foi concebida a montanha que Deus escolheu para seu repouso, a sede da sabedoria, a arca da aliança, a concha que conceberá em seu seio a pérola inestimável, Jesus Cristo. A cada vez que rezamos a “Ave Maria”, confessamos Nossa Senhora como “cheia de graça” e por isso livre do pecado, então levantamos o nosso olhar àquela estrela de esperança que nos inspira a confiança, de que um dia também nós venceremos o pecado.[2]
“Alegre-se o céu nas alturas, que debaixo dele exulte a terra, que os mares do mundo bramam, que a criação inteira se alegre e festeje, e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza num estado melhor, pela mediação da humanidade. Hoje é para o mundo o início da Salvação.” (Trechos da Homilia de São João Damasceno para o nascimento de Nossa Santíssima Senhora, a Mãe de Deus e sempre virgem Maria)
[1] JOÃO PAULO II. A Virgem Maria: 58 catequeses do Papa sobre Nossa Senhora. 6ª ed. Lorena: Cléofas, 2006. pp. 47.
[2] KIENINGER ORC, Titus. A Virgem mais Bela: A Mãe de Deus Maria Santíssima. Anápolis: Oscruz, 2016. pp. 26-27.
Pedro Henrique Fernandes de Sá, 1° ano do discipulado.